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Presentation about the iconic masterpiece "Mensagem", from Fernando Pessoa

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Uma Meta-Religião e Um Quinto Império

Concreto, Críptico e Profético. Génesis, Verdade e Manifesto. História, Cultura e Mensagem. Somos homens – descendente de descendentes, de vagas de determinismos e insurreições, focos de racionalidade, interligada pela recursividade deles mesmos e pela evolução na concretização da vida. Se o somos, reais, foi porque assim, e não de outra forma, fomos concebidos. Nem nós, hermeticamente, nos imaginaríamos pertencentes a uma outra verdade tendencialmente e infinitamente diferente daquela em que acreditamos - seja ela materializada noutra crença, ou uma mera consequência de uma indefinição.

A metafísica necessária à criação de um outro modelo de mundo tornar-se-ia, por isso, uma contraproducência que se revelaria igualmente inadaptável ao que já existe. Portanto, o razoável seria simplesmente derivar, pela virtualização entreposta em memórias, daquilo que o passado já fundou. Surge, assim, o fundamento pseudofilosófico de uma meta-religião firmada numa imagem crística que existiu, se perpetrou e acabou terminantemente sacrificada por essa idealização. A sua Bíblia é a Mensagem, e o seu Messias, D. Sebastião. Praticamente todos os conceitos acabaram herdáveis e se fundamentaram em algo concreto de um instante de realidade que existiu no espaço e no tempo do mesmo cosmos que nos fez nascer. Germinaram da crueza dos Campos, soergueram-se na robustez de Castelos, figuraram-se em Quinas heráldicas, Coroaram-se de predestinação e mascararam-se de um Grifo metamórfico que singrou ao sabor do sonho e do progresso. Gerado o mundo ao sétimo dos dias, o ciclo de proeminências imperializa-se imaterialmente pelos séculos dos séculos, como uma história que foi e será para sempre cantada e sentida ao ritmo da mitificação. Todos estes, obreiros da nacionalidade, heróis antropólitos cujo sangue parece ter vindo de um mesmo cálice sacralizado, dão alma e razão à vigência das suas aspirações – a conquista do Mar que é nosso, eterno e realizado. Ainda em terra, num trono erguido por idealizações, um dado infante fita o céu que espelha o negro profundo do imenso desconhecido. Como que numa composição de histeria e gnosticismo, porque a noite, por vezes, é o fausto, as doze guias, constelações que iluminam o caminho e imortalizam o desejo, entrelaçam-se e completam-se no infinito das suas possibilidades. As vagas de insurgência medem-se com a bússola da vontade e com o astrolábio do conseguimento, e assim se dão os Descobrimentos, o real e o abstrato, da identidade de um povo que, imperialmente, se sobreleva a todos os outros. As figuras santificadas ascendem à medida que são cantadas. Termina, na inevitabilidade, o devaneio do mapa astrológico que nele foi desenhado, e quem sonha, finalmente, acorda para a estagnação parcial e o aguardar de um novo ciclo. Sobram, pela indeterminação da perenidade, preces indefinidas a um Deus mouco. Pede-se-lhe uma Distância outra, igualmente conquistável e, como afogo único, profetiza-se o que se espera, em símbolos ascéticos da imortalização. Cai Cristo no areal que é da saudade e a sua Cruz metafórica emerge numa sublimação do espectro e pontificação do que eterno dura. D. Sebastião, como pai, O Desejado como filho e O Encoberto como o Espírito Santo, formam a tríade que engloba a mística figura do Imperador hermético d’O Quinto Império, conquistador de todas As Ilhas Afortunadas que ficaram por descobrir. Colhe-se a Rosa, reza-se a Vida e invoca-se o sentido de universalidade como verdadeiro motivo de toda uma história, esta que é a história de todo um império erigido no ideal de imaterialidade. Quem o sente fecha de novo os olhos e sucumbe, enquanto pede ao divino a recriação palpável de tudo o que consegue apenas imaginar, idealizando todo o progresso a que acorre o seu Universo, desde o nada até ao adro final da concretização, onde a suprema Paz se pressente tão perto quanto a promessa da Fraternidade perpétua e o alcance da Verdade pura, dentro de cada um. E é assim que, finalmente, a hora chega, porque Deus quis, o Homem sonhou e a Obra Nasceu.
“Valete Fratres”!
- Eduardo Brito

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